Hoje celebramos o Dia Internacional da Terceira Idade!
Nesta ocasião, o COMPETE 2030 reforça o seu compromisso em promover condições de vida da população sénior.
O surgimento da ECOGRÉS é o resultado promissor de uma spin-off derivada do bem-sucedido projeto de I&D, o ECOGRÉS NG+, que foi cofinanciado pelo COMPETE 2020.
A formação da ECOGRÉS é fruto de uma spin-off bem-sucedida originada do projeto de I&D, conhecido como ECOGRÉS NG+, que recebeu financiamento do COMPETE 2020. Inicialmente, a GRESTEL não estava preparada para o êxito alcançado pelo seu projeto. A missão da ECOGRÉS é consolidar-se como uma empresa dedicada à indústria e à investigação, priorizando os princípios de simbiose industrial, economia circular, inovação e cerâmica 4.0.
Nesta edição da Newsletter do COMPETE 2030, entrevistamos Jorge Carneiro, responsável pelo núcleo de I&D na Grestel e responsável do projeto ECOGRES 4.0
Como nasceu o projeto ECOGRES 4.0? Quais foram as principais motivações?
O projeto ECOGRES 4.0 é fruto de um projeto de IDT de sucesso, Ecogrés + NG, terminado em 2022. O projeto de IDT previa o desenvolvimento de novas pastas de grés mais sustentáveis, assentes numa filosofia de economia circular, com a incorporação de resíduos de indústrias cerâmicas e não cerâmicas. O sucesso do projeto e dos produtos desenvolvidos potenciou a criação de um spinoff, ECOGRES – Cerâmica Ecológica, Lda., que irá produzir as novas linhas de produtos mais sustentáveis.
O projeto Ecogrés + NG, assim como outros projetos da Grestel, têm origem na preocupação de desenvolver produtos e métodos de produção mais eficientes e sustentáveis, focados na redução de desperdícios e consumo de recursos.
Este caminho, iniciado a vários anos e em que um dos resultados é a unidade ECOGRES, agregou muito do conhecimento e lições apreendidas ao longo do tempo com os diferentes projetos da empresa.
O que considera ser o elemento diferenciador do projeto?
O projeto é focado na sustentabilidade e eficiência de processos e produto. Do vasto conjunto de medidas aplicadas destacam-se:
– Forno com sistema de isolamento especial por membrana e com inovador sistema de recuperação de calor para o ar de combustão, tornando-o 10% mais eficientes que o estado da arte. Recuperação de calor do ar quente do pré-forno para aquecimento da olaria. Vagonas com material refratário mais leve (menos 50 Kg por vagona), forno preparado para receber misturas de gás natural/hidrogénio ate 50%.
– Águas residuais – de forma a potenciar a valorização das águas residuais e dos resíduos sólidos, a recolha das águas residuais foi separada por sector, nomeadamente o do acabamento (águas residuais ricas em resíduos de pasta) e da vidragem (águas residuais ricas em resíduos de vidrado).
– Instalação de painéis fotovoltaicos que asseguram o funcionamento da unidade fabril durante o dia.
– Renovação da estrutura da antiga unidade fabril, mantendo a estrutura existente, aumentando-a e reintegrando o entulho da demolição na construção da nova unidade.
– Descontaminação dos solos da antiga unidade fabril.
Mas, o elemento verdadeiramente diferenciador e que está na génese do projeto, é a produção de pastas constituídas por percentagens superiores a 95% de resíduos/subprodutos do processo interno e de indústrias não cerâmicas. A incorporação de resíduos da indústria metalomecânica e/ou do alumínio, numa lógica de economia circular, torna este projeto único a nível mundial, permitindo a valorização de resíduos que de outra forma seria descartado em aterro.
Quais foram os principais desafios com que se depararam no desenvolvimento do projeto?
Dois grandes desafios estão associados a um projeto desta natureza, assegurar o fornecimento estável da matéria-prima (resíduo) e ultrapassar os constrangimentos legais associados à valorização de resíduos.
O primeiro ponto requer o estabelecimento de parcerias com empresas e uma procura ativa de outros potenciais parceiros, assegurando desta forma alternativas, caso existam constrangimentos. Deve-se ter em consideração que se trata de resíduos de um processo produtivo, cuja produção e composição dependem das necessidades dessas empresas, não sendo a sua produção o principal objetivo.
A legislação complexa assim como a variedade de entidades que a aplicam, criam constrangimentos, nomeadamente atrasos, quando o objetivo é a desclassificação de resíduos não perigosos para uma aplicação que irá acrescentar valor e libertar espaço de aterro.
De entre os resultados alcançados, há algum que gostaria de destacar?
Este projeto teve um impacto social relevante com a criação de 160 novos postos de trabalho, 30 dos quais de quadros altamente qualificados. Impacto comercial pelo aumento de capacidade produtiva da empresa, a qual exporta cerca de 93% da sua produção.
No entanto, um dos principais resultados obtidos é a capacitação da empresa para aprofundar o estudo e desenvolvimento de novos materiais, não só de pastas, mas também de vidrados, focado na valorização de resíduos de indústrias não cerâmicas. Continuando, e aprofundando, o caminho iniciado com o projeto de co-promoção Ecogrés+NG, aumentando o número e quantidade de resíduos passiveis de serem incorporados em pastas de grés.
O Apoio do COMPETE 2020
O projeto foi cofinanciado pelo COMPETE 2020 no âmbito do Sistema de Incentivos à Inovação Empresarial (Produtiva), envolvendo um investimento elegível de 10.058.245 euros e um incentivo FEDER de 2.011.649 euros, o que representa uma taxa de execução de 100%.
Links
Grestel | Website
Nesta ocasião, o COMPETE 2030 reforça o seu compromisso em promover condições de vida da população sénior.
O projeto ECOGRES 4.0, da Grestel – Produtos Cerâmicos, em parceria com a Universidade de Aveiro e cofinanciado pelo COMPETE 2020, é o único finalista português na categoria “Green Europe” dos Prémios REGIOSTARS 2024.
Em 2024, os Prémios REGIOSTARS registaram um número recorde de 262 candidaturas, das quais apenas 25 foram finalistas, incluindo três projetos portugueses entre os selecionados.