APICER apoia transição sustentável na indústria cerâmica
Na entrevista com Albertina Sequeira, da APICER, descubra as estratégias e inovações que estão a transformar o setor da cerâmica e a superar os desafios da descarbonização.
Descubraas estratégias e inovações que estão a transformar o setor e a ajudar a superar os desafios da descarbonização.
Na edição desta semana da newsletter do COMPETE 2030, destacamos uma entrevista imperdível com a APICER – Associação Portuguesa das Indústrias de Cerâmica e Cristalaria. Exploramos o papel fundamental da APICER no apoio à transição das empresas do setor para práticas mais sustentáveis. Descubra como a associação tem ajudado a reduzir as emissões de carbono, enfrentar os desafios da descarbonização e adotar tecnologias inovadoras que promovem a sustentabilidade. Este artigo sublinha os esforços contínuos para equilibrar o crescimento económico com a responsabilidade ambiental, garantindo um futuro mais verde para a cerâmica e cristalaria portuguesa.
A descarbonização das indústrias de cerâmica e cristalaria em Portugal é um desafio significativo, e a APICER – Associação Portuguesa das Indústrias de Cerâmica e Cristalaria – tem sido crucial na facilitação desta transição para práticas mais sustentáveis. Representando os setores da cerâmica e cristalaria, a APICER participa ativamente em federações europeias e grupos de trabalho nacionais e europeus, discutindo temas de sustentabilidade, energia e ambiente. A associação apoia as empresas associadas em processos como o Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE), o Mecanismo de Ajustamento Carbónico Fronteiriço (CBAM), o princípio DNSH (Não Prejudicar Significativamente) e as Melhores Técnicas Disponíveis (BREF).
“A APICER tem um compromisso firme com a sustentabilidade e a transição energética. Trabalhamos incansavelmente para ajudar as nossas empresas a adaptar-se às novas exigências ambientais”, afirmam os representantes da associação. Para promover a eficiência energética e a descarbonização, a APICER implementa projetos como o Plano de Promoção da Eficiência no Consumo de Energia (PPEC) e os roteiros da cerâmica (CeramicLowCO2) e do vidro (RODIV2050). Estes projetos integram a Agenda Verde e a ECP – Ecocerâmica e Cristalaria de Portugal, abordando desafios como a descarbonização, a transição energética e digital, a circularidade de matérias-primas e a capacitação de recursos humanos.
A inovação tecnológica é fundamental, com empresas a implementar medidas de eficiência energética e a investir em instalações fotovoltaicas. “A inovação é a chave para um futuro sustentável”, destaca a APICER. No âmbito do ecodesign, a redução da espessura dos produtos permite diminuir o consumo de matérias-primas e os ciclos de cozedura. A incorporação de resíduos promove simbioses industriais e a circularidade, prática incentivada pela APICER desde 2017, solicitando à APA (Agência Portuguesa do Ambiente) a desclassificação de certos resíduos cerâmicos. “A reutilização de resíduos beneficia tanto o meio ambiente quanto a indústria, reduzindo custos e promovendo a sustentabilidade”, afirma a associação.
Um projeto cofinanciado que merece destaque é a Agenda ECP do PRR, reunindo um consórcio de 30 entidades de toda a cadeia de valor. Este projeto é sustentado por quatro pilares: sustentabilidade energética, economia circular e simbioses industriais, transição digital e capacitação. “Estamos a explorar novas fontes de energia, como o hidrogénio, para reduzir as emissões de carbono”, explica a APICER. A economia circular e a transição digital são prioridades, com iniciativas para reutilizar resíduos na produção e desenvolver plataformas digitais para melhorar a eficiência. “A economia circular é uma prioridade para nós. Utilizar resíduos na produção reduz a necessidade de novas matérias-primas e o impacto ambiental”, acrescenta a associação.
“A transição digital é essencial para aumentar a eficiência e transparência na cadeia de valor”, realça a APICER. A Agenda ECP está a desenvolver plataformas que incluem gestão interna, Moldes Digitais, BIM, interoperabilidade, Passaporte Digital de Produto e gestão de resíduos. A capacitação de recursos humanos é uma prioridade, fornecendo competências em novas tecnologias essenciais para a sustentabilidade do setor. “A formação dos nossos colaboradores é fundamental para garantir que a indústria está preparada para os desafios do futuro”, sublinha a APICER.
No entanto, a descarbonização enfrenta desafios, como a viabilidade técnica e económica da transição para gases renováveis e o cumprimento do princípio DNSH. “A viabilidade económica é crucial. Precisamos de garantir que as novas tecnologias e fontes de energia são acessíveis e sustentáveis”, afirma a APICER. A disponibilidade e distribuição de combustíveis renováveis também são uma preocupação, pois podem ser insuficientes face às necessidades energéticas do setor. A APICER tem estabelecido parcerias com entidades do setor energético, promovendo workshops e eventos de sensibilização. “Estamos a trabalhar em estreita colaboração com parceiros do setor energético para garantir que temos acesso às melhores soluções possíveis”, destaca a associação.
A APICER continua a trabalhar para superar os obstáculos, apoiando as empresas na busca por um futuro mais sustentável e equilibrado, onde o crescimento económico e a responsabilidade ambiental andam de mãos dadas, garantindo um futuro mais verde para a cerâmica e cristalaria portuguesa. “Estamos comprometidos com um futuro sustentável e inovador para a nossa indústria. A descarbonização é um desafio, mas com dedicação e inovação, acreditamos que podemos fazer a diferença”, conclui a APICER.
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